No Brasil, a arte contemporânea inicia-se em meados do século XX, mas não há um consenso sobre a precisão dessa data. O que marca historicamente esse período é o fim da Segunda Guerra Mundial e a industrialização de massa. O comportamento no sistema de arte também sofre modificações.
No contexto artístico, o modernismo rompe com a estética acadêmica, mas no Brasil ainda permanece o figurativismo (representação de pessoas, animais, situações, paisagens). Os artistas contemporâneos locais, por sua vez, querem uma ruptura total, partindo para composições artísticas mais abstratas. Então ensaiam alternativas à figuração que dominou as criações modernistas da semana de 1922. Mas é importante observar que já no final dos anos 1940 produziam seus primeiros trabalhos abstratos.
Fig. 1- Abaporu. Tarcila do Amaral
(exemplo de arte moderna brasileira)
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Fig. 2 -
Bichos.
Lígia Clark (exemplo de arte contemporânea brasileira)
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Uma das figuras centrais da arte brasileira do século XX foi Waldemar Cordeiro que conseguiu como poucos transitar do campo da produção artística para o da reflexão teórica, tornando-se um dos principais articuladores do concretismo no país e posteriormente abandonando esse rumo em prol de uma arte menos utópica e mais conectada com os desafios de seu tempo.
Em 1951 a inauguração da 1ª Bienal de São Paulo trouxe para o país um exemplo da produção internacional abstrata que a maioria dos artistas nacionais desconhecia ou com a qual, pelo menos, muito poucos tinham tido contato direto. O artista buscará cada vez mais novas formas para desenvolver sua arte. Materiais inusitados e técnicas variadas serão uma constante. O artista contemporâneo está ainda mais livre para experimentar, expressar e criar.
A arte contemporânea começa com o Neoconcretismo no Rio do Janeiro em 1957, como uma reação ao Concretismo paulista que só usava formas rigorosas e as cores preta e branca. Os neoconcretistas procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto: tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero geometrismo puro.
Fig. 3 – Parangolés.
Hélio Oiticica.
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O Neoconcretismo reúne Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel. Esses artistas criaram estruturas tridimensionais ainda de estrutura construtivista que requerem a participação do público.
Lygia Clark compôs os bichos manipuláveis (fig. 2), estruturas metálicas que permitem a manipulação do observador, através de dobradiças, criando novas formas.
Hélio Oicitica os “parangolés” (fig. 3), que são capas, tendas, estandartes confeccionados em tecidos para serem vestidos.
Mira Schendel lida com o silencio e a simples presença do observador num ambiente sugestivo.
Com a inauguração da I Exposição de Arte Neoconcreta em 1959 produziu-se a cisão definitiva entre os grupos carioca e paulista. O resultado da cisão foi da maior importância para o desenvolvimento futuro da arte brasileira como um todo e influenciou praticamente todas as futuras gerações do país.
Nos anos 1980, sobretudo a partir da Exposição no Parque Lage, no Rio de Janeiro, surge uma geração de artistas que querem retomar a pintura e a escultura: Nuno Ramos, Leonilson, Aguilar e Cláudio Tozzi.
No início dos anos 1990 destaca-se a última fase de Iberê Camargo, considerada o apogeu de sua pintura.
Fig. 4 – Palácio da
Alvorada. Projeto de Oscar Niemeyer. Brasília - DF.
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Na arquitetura contemporânea, temos o representante mais conhecido que é o arquiteto Oscar Niemeyer. Seus projetos mais importantes foram: o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, do qual destaca-se a Igreja de São Francisco, considerada uma ruptura radical com tudo o que já fora feito no passado em arquitetura religiosa. Projetou também em Brasília o Palácio dos Arcos, a Catedral de Brasília, o teatro Nacional, o Palácio da Alvorada, o conjunto da Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto, o Palácio da Justiça e o Congresso Nacional. Todos esses prédios encantam o observador pela leveza das linhas, pela largueza dos espaços que criam, tão incomum nas nossas grandes e antigas metrópoles.
A arte de hoje pretende atingir a emoção através de todos os canais de comunicação e de todas as linguagens possíveis, portanto, encontramos obras que não se enquadram num campo único da arte, mas englobam várias áreas. As bienais comprovam isso.
A obra de arte não precisa mais ser um objeto matéria, existe a obra, mas nem sempre podemos tocá-la. É a desmaterialização da arte. Um exemplo disso é uma obra de arte executada com luz ou com gelo.
Outra característica da atualidade é a arte de massa que é uma linguagem que chega ao espectador consumidor sem que ele tome consciência real disso. Os principais veículos da arte de massa são: o cinema; a televisão; os outdoors; os anúncios eletrônicos e a arte mural.
O que importa, portanto, em nossa época é a pesquisa do novo. É o ato de criação e a transformação do espaço. A obra de arte não pertence a um único país ou lugar. É a universalização da arte. O homem não para, e a arte continua a acompanha-lo. Novas formas de arte surgirão, surgirá um novo homem, mais humano, mais aberto, mais artista.
A arte pode se tornar um caminho, quando praticada com o desejo de alcançar uma harmonia interior.
REFERÊNCIAS
DVD SBJ Produções: Educação Artística Brasileira e Universal.
Wikipédia, disponível em . Acesso em: Outubro 2013.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática: São Paulo, 2008.
CALABRIA, Paula Brondi; MARTINS, Raquel Valle. Arte, história & produção: arte brasileira. Editora FTD. São Paulo, 1997.
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