terça-feira, 23 de agosto de 2011

Arte Mesopotâmica

Introdução
Fragmento de uma tábua com escrita
cuneiforme sumeriana.

Entendemos por povos mesopotâmicos, as civilizações que se desenvolveram na área das terras férteis localizadas no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates, denominada comumente “Mesopotâmia”. Entre eles estão os persas, os sumérios, os assírios e os babilônicos. Hoje pertence ao território do Iraque e terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos.
A Mesopotâmia — nome grego que significa "entre rios" (meso - pótamos) - é uma região de interesse histórico e geográfico mundial. É considerada um dos berços da civilização, já que foi na Baixa Mesopotâmia onde surgiram as primeiras civilizações por volta do VI milênio a.C. As primeiras cidades foram o resultado culminante de uma sedentarização da população e de uma revolução agrícola, que se originou durante a Revolução Neolítica. O homem deixava de ser um coletor que dependia da caça e dos recursos naturais oferecidos, uma nova forma de domínio do ambiente é uma das causas possíveis da eclosão urbana na Mesopotâmia. Surge a escrita “cuneiforme”, chamada assim por causa de seus caracteres em forma de cunhas, feitas em placas de argila, constituindo-se os primeiros registros sistemáticos da história.
A arte da Mesopotâmia desenvolveu-se ao longo de muitos séculos e de diferentes civilizações, não sendo, portanto, muito coesa em suas manifestações.

Arquitetura
Considerada a mais desenvolvida das artes, porém não era tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes nos céus.
Os primeiros vislumbres de monumentalidade aparecem nos templos e palácios, as principais construções na Mesopotâmia, posto que nelas ocorreram as principais atividades de seus habitantes.
Os sumérios, excepcionais engenheiros e construtores assentaram as bases arquitetônicas, que repetiram-se com as sucessivas culturas que ocuparam o território.
Nas construções, empregavam argila, ladrilhos e tijolos esmaltados. Dada a escassez de pedras e a abundância de argila, o material por excelência foi o adobe (tijolo feito de barro cru secado ao sol).
Etemenniguru - Zigurate de Ur (atualmente conhecida como Tell a-Muqayyar, no Iraque), construído entre 2111- 2046 a.C
Torre de Babel – representação na pintura de Pieter Bruegel o Velho, 1563.
A estruturação da planta em torno de um ou vários pátios é a particularidade característica mais destacável da arquitetura mesopotâmica.
O zigurate, torre de vários andares, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. Trata-se de um santuário colocado sobre uma série de degraus decrescentes e sobrepostos, que se levantava junto a outros templos em um recinto sagrado. O zigurate em melhores condições de conservação é o Etemenniguru, que foi construído em Ur em finais do III milênio a. C. A torre de Babel, citada na bíblia pode ter sido um dos maiores já construídos.

Escultura
Touro alado assírio (sec. XVIII ou XVII a.C.),
descoberto em escavações no século XIX d.C.
As diferenças de estilo dos diversos povos que ocuparam a Mesopotâmia são evidentes nos relevos das estelas sumérias ou das placas que penduravam nos templos, os relevos vitrificados da Babilônia, os relevos de batalhas assírios e de representações de grifos e touros com cabeça humana (alguns touros representados com cinco patas).
Percebe-se uma arte representativa, na qual o que importa é a realidade essencial das coisas. Por essa razão as diferentes partes da figura humana ignoram a anatomia. Assim, os membros aparecem de perfil enquanto que ombro e tronco são vistos de frente. É o mesmo tratamento empregado pelos artistas egípcios, que estudaremos mais adiante: a lei da frontalidade.



Pintura
Pouco se sabe sobre a pintura mesopotâmica, mas há indícios de que já havia produções de murais feitos na técnica do afresco (pinturas feitas em paredes ainda úmidas). Assim como na escultura, era fundamentalmente decorativa.
Estandarte de Ur (Guerra e Paz). 3.500a.C.
Um dos raros testemunhos da pintura mesopotâmica foi encontrado no Palácio de Mari, descoberto entre 1933 e 1955. Embora as tintas utilizadas fossem extremamente vulneráveis ao tempo, nos poucos fragmentos que restaram é possível perceber o seu brilho e vivacidade. Seus artistas possuíam uma técnica talvez superior à que lhes era permitido demonstrar. Os artistas se utilizavam cores claras e reproduziam caçadas, batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses.
O Estandarte de Ur, composto por dois painéis retangulares de 55 cm, datado de aproximadamente 3.500 a.C. é considerado o mosaico mais antigo de que se tem conhecimento, pois foi feito arenito avermelhado coberto com cacos lápis lazúli, numa espécie de história em quadrinhos representando cenas de guerra e de paz, que devem ser observadas de baixo para cima.
A produção de objetos de cerâmica alcançou notável desenvolvimento entre os persas, que utilizavam também vasos esmaltados.

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