quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Arte Brasileira Contemporânea

No Brasil, a arte contemporânea inicia-se em meados do século XX, mas não há um consenso sobre a precisão dessa data. O que marca historicamente esse período é o fim da Segunda Guerra Mundial e a industrialização de massa. O comportamento no sistema de arte também sofre modificações. 
No contexto artístico, o modernismo rompe com a estética acadêmica, mas no Brasil ainda permanece o figurativismo (representação de pessoas, animais, situações, paisagens). Os artistas contemporâneos locais, por sua vez, querem uma ruptura total, partindo para composições artísticas mais abstratas. Então ensaiam alternativas à figuração que dominou as criações modernistas da semana de 1922. Mas é importante observar que já no final dos anos 1940 produziam seus primeiros trabalhos abstratos.
Fig. 1- Abaporu. Tarcila do Amaral (exemplo de arte moderna brasileira)
Fig. 2 - Bichos. Lígia Clark (exemplo de arte contemporânea brasileira)


Uma das figuras centrais da arte brasileira do século XX foi Waldemar Cordeiro que conseguiu como poucos transitar do campo da produção artística para o da reflexão teórica, tornando-se um dos principais articuladores do concretismo no país e posteriormente abandonando esse rumo em prol de uma arte menos utópica e mais conectada com os desafios de seu tempo. 
Em 1951 a inauguração da 1ª Bienal de São Paulo trouxe para o país um exemplo da produção internacional abstrata que a maioria dos artistas nacionais desconhecia ou com a qual, pelo menos, muito poucos tinham tido contato direto. O artista buscará cada vez mais novas formas para desenvolver sua arte. Materiais inusitados e técnicas variadas serão uma constante. O artista contemporâneo está ainda mais livre para experimentar, expressar e criar. 
A arte contemporânea começa com o Neoconcretismo no Rio do Janeiro em 1957, como uma reação ao Concretismo paulista que só usava formas rigorosas e as cores preta e branca. Os neoconcretistas procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto: tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero geometrismo puro. 
Fig. 3 – Parangolés. Hélio Oiticica.
O Neoconcretismo reúne Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel. Esses artistas criaram estruturas tridimensionais ainda de estrutura construtivista que requerem a participação do público. 
Lygia Clark compôs os bichos manipuláveis (fig. 2), estruturas metálicas que permitem a manipulação do observador, através de dobradiças, criando novas formas. 
Hélio Oicitica os “parangolés” (fig. 3), que são capas, tendas, estandartes confeccionados em tecidos para serem vestidos. 
Mira Schendel lida com o silencio e a simples presença do observador num ambiente sugestivo. Com a inauguração da I Exposição de Arte Neoconcreta em 1959 produziu-se a cisão definitiva entre os grupos carioca e paulista. O resultado da cisão foi da maior importância para o desenvolvimento futuro da arte brasileira como um todo e influenciou praticamente todas as futuras gerações do país. 
Nos anos 1980, sobretudo a partir da Exposição no Parque Lage, no Rio de Janeiro, surge uma geração de artistas que querem retomar a pintura e a escultura: Nuno Ramos, Leonilson, Aguilar e Cláudio Tozzi. 
No início dos anos 1990 destaca-se a última fase de Iberê Camargo, considerada o apogeu de sua pintura. 
Fig. 4 – Palácio da Alvorada. Projeto de Oscar Niemeyer. Brasília - DF.
Na arquitetura contemporânea, temos o representante mais conhecido que é o arquiteto Oscar Niemeyer. Seus projetos mais importantes foram: o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, do qual destaca-se a Igreja de São Francisco, considerada uma ruptura radical com tudo o que já fora feito no passado em arquitetura religiosa. Projetou também em Brasília o Palácio dos Arcos, a Catedral de Brasília, o teatro Nacional, o Palácio da Alvorada, o conjunto da Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto, o Palácio da Justiça e o Congresso Nacional. Todos esses prédios encantam o observador pela leveza das linhas, pela largueza dos espaços que criam, tão incomum nas nossas grandes e antigas metrópoles. 
A arte de hoje pretende atingir a emoção através de todos os canais de comunicação e de todas as linguagens possíveis, portanto, encontramos obras que não se enquadram num campo único da arte, mas englobam várias áreas. As bienais comprovam isso. 
A obra de arte não precisa mais ser um objeto matéria, existe a obra, mas nem sempre podemos tocá-la. É a desmaterialização da arte. Um exemplo disso é uma obra de arte executada com luz ou com gelo. 
Outra característica da atualidade é a arte de massa que é uma linguagem que chega ao espectador consumidor sem que ele tome consciência real disso. Os principais veículos da arte de massa são: o cinema; a televisão; os outdoors; os anúncios eletrônicos e a arte mural. 
O que importa, portanto, em nossa época é a pesquisa do novo. É o ato de criação e a transformação do espaço. A obra de arte não pertence a um único país ou lugar. É a universalização da arte. O homem não para, e a arte continua a acompanha-lo. Novas formas de arte surgirão, surgirá um novo homem, mais humano, mais aberto, mais artista. 
A arte pode se tornar um caminho, quando praticada com o desejo de alcançar uma harmonia interior. 



REFERÊNCIAS 

DVD SBJ Produções: Educação Artística Brasileira e Universal. Wikipédia, disponível em . Acesso em: Outubro 2013. PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática: São Paulo, 2008. CALABRIA, Paula Brondi; MARTINS, Raquel Valle. Arte, história & produção: arte brasileira. Editora FTD. São Paulo, 1997.