segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Arte Egípcia

Máscara funerária de Tutankamon
Uma das principais civilizações da Antiguidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo.
Além de crer em deuses antropozoomórficos (parte humana, parte animal) que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.


Arquitetura

As características gerais da arquitetura egípcia são:
  • solidez e durabilidade;
  • simplicidade das formas;
  • poucas aberturas;
  • sentimento de eternidade; e
  • aspecto misterioso e impenetrável.

Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Os túmulos são divididos em três categorias:
  • Pirâmide - túmulo real destinado ao faraó;
  • Mastaba - túmulo para a nobreza; e
  • Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.
Pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos – deserto de Gizé – Egito.

As pirâmides tinham base quandrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences.
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.
Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon. Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel:
  • Palmiforme - folhas de palmeira;
  • Papiriforme - flor de papiro; e
  • Lotiforme - flor de lótus.

Escultura

Príncipe Rahotep e Princesa Nofret
Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.
Os Usciabtis (lê-se Shabits) eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.

Pintura

Reprodução de pintura egípcia em papiro
A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas.
Suas características gerais são:
  • ausência de três dimensões - ignorância da profundidade (perspectiva);
  • colorido a tinta lisa, sem sombreado e sem indicação do relevo; e
  • lei da frontalidade - que determinava que olhos e tronco da pessoa fossem representados de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.




Quanto à hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho.
Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram três formas de escrita:
  • Hieróglifos - considerados a escrita sagrada;
  • Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; e
  • Demótica - a escrita popular.

Para Saber Mais

    A grande esfinge de Gizé
  • Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos.
  • Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.
  • Livro dos Mortos, ou seja, um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas.
  • Hieróglifos: a escrita egípcia foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo.
  • Mumificação: a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso de pedra chamado Canopo. b) nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes. c) as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potássio. d) Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.
  • Quando a Grande Barragem de Assuã foi concluída, em 1970, dezenas de construções antigas do sul do país foram, literalmente, por água abaixo, engolidas pelo Lago Nasser. Entre as raras exceções desse drama do deserto, estão os templos erguidos pelo faraó Ramsés II, em Abu Simbel.
  • Em 1964, uma faraônica operação coordenada pela Unesco com recursos de vários países - um total de 40 milhões de dólares - removeu pedra por pedra e transferiu templos e estátuas para um local 61 metros acima da posição original, longe da margem do lago. O maior deles é o Grande Templo de Ramsés II, encravado na montanha de pedra com suas estátuas do faraó de 20 metros de altura. Além de salvar este valioso patrimônio, a obra prestou uma homenagem ao mais famoso e empreendedor de todos os faraós.
  • Queóps é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 metros de altura, um prédio de 48 andares. Nove metros já se foram, graças principalmente à ação corrosiva da poluição vinda do Cairo. Para erguê-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos de pedras e o trabalho de cem mil homens, durante vinte anos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Arte Mesopotâmica

Introdução
Fragmento de uma tábua com escrita
cuneiforme sumeriana.

Entendemos por povos mesopotâmicos, as civilizações que se desenvolveram na área das terras férteis localizadas no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates, denominada comumente “Mesopotâmia”. Entre eles estão os persas, os sumérios, os assírios e os babilônicos. Hoje pertence ao território do Iraque e terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos.
A Mesopotâmia — nome grego que significa "entre rios" (meso - pótamos) - é uma região de interesse histórico e geográfico mundial. É considerada um dos berços da civilização, já que foi na Baixa Mesopotâmia onde surgiram as primeiras civilizações por volta do VI milênio a.C. As primeiras cidades foram o resultado culminante de uma sedentarização da população e de uma revolução agrícola, que se originou durante a Revolução Neolítica. O homem deixava de ser um coletor que dependia da caça e dos recursos naturais oferecidos, uma nova forma de domínio do ambiente é uma das causas possíveis da eclosão urbana na Mesopotâmia. Surge a escrita “cuneiforme”, chamada assim por causa de seus caracteres em forma de cunhas, feitas em placas de argila, constituindo-se os primeiros registros sistemáticos da história.
A arte da Mesopotâmia desenvolveu-se ao longo de muitos séculos e de diferentes civilizações, não sendo, portanto, muito coesa em suas manifestações.

Arquitetura
Considerada a mais desenvolvida das artes, porém não era tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes nos céus.
Os primeiros vislumbres de monumentalidade aparecem nos templos e palácios, as principais construções na Mesopotâmia, posto que nelas ocorreram as principais atividades de seus habitantes.
Os sumérios, excepcionais engenheiros e construtores assentaram as bases arquitetônicas, que repetiram-se com as sucessivas culturas que ocuparam o território.
Nas construções, empregavam argila, ladrilhos e tijolos esmaltados. Dada a escassez de pedras e a abundância de argila, o material por excelência foi o adobe (tijolo feito de barro cru secado ao sol).
Etemenniguru - Zigurate de Ur (atualmente conhecida como Tell a-Muqayyar, no Iraque), construído entre 2111- 2046 a.C
Torre de Babel – representação na pintura de Pieter Bruegel o Velho, 1563.
A estruturação da planta em torno de um ou vários pátios é a particularidade característica mais destacável da arquitetura mesopotâmica.
O zigurate, torre de vários andares, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. Trata-se de um santuário colocado sobre uma série de degraus decrescentes e sobrepostos, que se levantava junto a outros templos em um recinto sagrado. O zigurate em melhores condições de conservação é o Etemenniguru, que foi construído em Ur em finais do III milênio a. C. A torre de Babel, citada na bíblia pode ter sido um dos maiores já construídos.

Escultura
Touro alado assírio (sec. XVIII ou XVII a.C.),
descoberto em escavações no século XIX d.C.
As diferenças de estilo dos diversos povos que ocuparam a Mesopotâmia são evidentes nos relevos das estelas sumérias ou das placas que penduravam nos templos, os relevos vitrificados da Babilônia, os relevos de batalhas assírios e de representações de grifos e touros com cabeça humana (alguns touros representados com cinco patas).
Percebe-se uma arte representativa, na qual o que importa é a realidade essencial das coisas. Por essa razão as diferentes partes da figura humana ignoram a anatomia. Assim, os membros aparecem de perfil enquanto que ombro e tronco são vistos de frente. É o mesmo tratamento empregado pelos artistas egípcios, que estudaremos mais adiante: a lei da frontalidade.



Pintura
Pouco se sabe sobre a pintura mesopotâmica, mas há indícios de que já havia produções de murais feitos na técnica do afresco (pinturas feitas em paredes ainda úmidas). Assim como na escultura, era fundamentalmente decorativa.
Estandarte de Ur (Guerra e Paz). 3.500a.C.
Um dos raros testemunhos da pintura mesopotâmica foi encontrado no Palácio de Mari, descoberto entre 1933 e 1955. Embora as tintas utilizadas fossem extremamente vulneráveis ao tempo, nos poucos fragmentos que restaram é possível perceber o seu brilho e vivacidade. Seus artistas possuíam uma técnica talvez superior à que lhes era permitido demonstrar. Os artistas se utilizavam cores claras e reproduziam caçadas, batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses.
O Estandarte de Ur, composto por dois painéis retangulares de 55 cm, datado de aproximadamente 3.500 a.C. é considerado o mosaico mais antigo de que se tem conhecimento, pois foi feito arenito avermelhado coberto com cacos lápis lazúli, numa espécie de história em quadrinhos representando cenas de guerra e de paz, que devem ser observadas de baixo para cima.
A produção de objetos de cerâmica alcançou notável desenvolvimento entre os persas, que utilizavam também vasos esmaltados.

Arte na Idade Antiga


O que chamamos de arte antiga refere-se a produção artística desenvolvida pelas civilizações que surgiram após a criação da escrita. Esse período se estende até a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., por consequência das invasões bárbaras.
Desse período, destacam-se na arte as seguintes civilizações:

  1. Mesopotâmia
  2. Egito
  3. Grécia
  4. Roma

Tais civilizações deixaram grandes legados culturais, em especial no campo da arquitetura, da escultura e da pintura, entre eles os monumentos mais famosos da Antiguidade, conhecidos como "As sete maravilhas do mundo antigo", de cuja lista faziam parte:

    1. A grande pirâmide de Quéops
    2. Os Jardins suspensos da Babilônia
    3. A estátua criselefantina de Zeus em Olímpia
    4. O templo de Ártemis, em Éfeso
    5. O mausoléu de Halicarnasso
    6. O colosso de Rodes
    7. O farol de Alexandria

    Obs.: Sobre as sete "maravilhas do mundo antigo" os alunos da 1ª série do C.E. Domingos Vieira Filho farão uma pesquisa que culminará em um seminário a ser apresentado em sala de aula. As orientações estarão no novo Webquest (no topo deste blog).